Vida de José Martins dos Santos:

O meu avô José Martins dos Santos era filho do pai com o mesmo nome. O pai dele tinha pai incógnito. Daí o  a parte do nome ao fim: “dos Santos” , que passou para o meu pai e para mim. Ele tinha dois irmãos e uma irmã.

O pai dele tinha um negócio de vender talheres e olaria nas feiras da região.

Como jovem foi empregado do “Pinta Tudo”, meu bisavô António Gonçalves Cura. Lá conheceu a minha avó Maria Augusta Estefânia Gonçalves. Apaixonaram-se e casaram.

A mulher dele, minha avó via que ele não tinha grande ganancia ou vontade de alcançar algo de  mais na vida.
Daí que ela fiyesse pressão sobre ele para continuar o negócio do pai dele mas duma forma moderna. O meu avô tirou a carta de pesados em Viseu, o que nos anos 30 foi bastante dispendioso e dificil. Mas conseguiu, acho que só à segunda vez, já queria desistir mas a minha avó não consentiu.

Após ter a carta comprou uma carrinha de transporte americana usada e começou assim a ir para as feiras todos os dias, o que antes não era possível com animais a puxarem carroças.

Deste modo os meus avós começaram a ganhar bastante dinheiro e foi-lhes assim possível comprar uma casa na Rua Dr. Raul Madeira em frente à casa do sogro Pinta-Tudo.

Lembra-me do meu avô como uma pessoa muito calma, de poucas palavras. Mas sempre que falava dizia algo bem pensado. Aínda me lembra ele dar-me o conselho de “casar com um mulher bonita, pois tanto uma bonita como uma feia dão o mesmo trabalho”…